Saiba o que é Simulação Clinica Realistica

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A educação na área da saúde está em constante mudança, na busca do aprimoramento dos estudantes como norte a segurança dos pacientes. Com isso, as metodologias ativas e interativas têm sido buscadas, aplicadas e verificadas para se estabelecer um padrão de ensino.
A simulação clínica realística consiste em uma metodologia de aprendizado inovadora, que possibilita aos alunos desenvolverem habilidades e competências necessárias em um ambiente hospitalar. Permite que eles cometam erros que os farão crescer e amadurecer, sem arriscar a segurança do paciente.
Segundo Gaba (2009), a simulação realística (SR) em saúde pode ser entendida como o processo educacional que replica cenários de cuidados ao paciente em um ambiente próximo a realidade, com o objetivo de analisar e refletir as ações realizadas de forma segura. Outra definição descrita por este autor refere que a simulação é uma técnica, e não exclusivamente uma tecnologia que tem por objetivo substituir ou amplificar uma experiência real com supervisão, mas que evoca substancialmente aspectos do mundo real em um ambiente interativo. Assim, a SR é uma ferramenta poderosa de aprendizado que pode ser aplicado em todos os níveis da educação médica, enfatizando a multidisciplinaridade em diversas situações clínicas.
Para possibilitar o ensino através da simulação realística é aplicada a utilização de estratégias como os manequins de alta fidelidade, que são robôs de alta tecnologia (que reproduzem a estrutura e ações de um ser humano), atores, que simulam os casos clínicos, dentre outros métodos.
Essa nova metodologia no âmbito acadêmico impõe ao aluno a sua responsabilidade quanto ao seu desenvolvimento ao invés de permanecer em uma posição passiva, de ser apenas receptor da informação. Em virtude isso, é que a simulação clínica realística funciona como grande aliada do aprendizado teórico-prático na área da saúde. Assim o aluno fica mais seguro na hora do atendimento real, diminuindo as chances de erro médico. Outro ganho importante é o controle emocional, o qual é treinado com a simulação e o aluno aprende a lidar com situações de estresse.
Por fim, o aluno que se aproxima do seu futuro cotidiano profissional através da simulação desenvolve um olhar crítico que favorece o seu aprendizado, além de diminuir suas inseguranças nos momentos de atendimento, diminuindo a possibilidade de falha.

A simulação vem alcançando cada vez mais espaço e se consolidando como uma nova metodologia de ensino eficiente no que se refere ao ensino em saúde no Brasil. No entanto, ainda há um longo caminho a ser percorrido. Diferente dos Estados Unidos e Europa, onde essa prática já está bem fundamentada.
Nos últimos anos, como forma de incentivo, foi criada uma Olimpíada de simulação realística, que acontece anualmente, sediada pelo Congresso Brasileiro de Educação Médica (COBEM), conscientizando alunos de todo o Brasil sobre a importância dessa técnica e encorajando o trabalho em grupo.

COMO SURGIU?
No campo médico, pode-se encontrar a origem da Simulação Realística na antiguidade, quando modelos de pacientes humanos eram construídos em argila ou pedra para demonstrar as características clínicas das doenças e seus efeitos no homem. Esses simuladores estavam presentes em diferentes culturas.
Na França do século 18, Angélique Marguerite Le Boursier du Coudray (1712-1794) usou um simulador de parto de tecido para ensinar suas técnicas a parteiras e cirurgiões. Mais ou menos na mesma época, o Dr. Giovanni Antonio Galli (1708-1782) desenvolveu um simulador de parto para treinar seus alunos e parteiras em Bolonha, Itália. Simuladores obstétricos, chamados de “fantasmas obstétricos”, foram usados até o início do século 20.
Enquanto o uso de simuladores inanimados e vivos é relatado ao longo da história da medicina, as origens da simulação médica como a conhecemos hoje vêm de outra ciência: a aviação. Em 1929, Edwin Albert Link inventou o primeiro simulador de voo, um protótipo denominado “Blue Box”. O simulador era um dispositivo equipado com cabine e controles e tinha a capacidade de reproduzir movimentos e sensações de voo, o que permitiu a Link ensinar seu irmão a voar durante o mesmo ano.
No entanto, a simulação moderna não se baseia apenas em manequins realistas. O uso de atores para retratar encontros com pacientes foi relatado pela primeira vez por Howard Barrows em 1964. Barrows começou a usar atores saudáveis ​​para simular os sinais e sintomas do paciente a fim de ensinar e avaliar seus alunos. Nasceu o paciente padronizado, um termo genérico para situações em que uma pessoa é treinada para simular um caso clínico.
Saiba mais sobre o termo paciente padronizado em nosso e-book Simulação Clínica com Atores.

Referências:

  • Simulação clínica do conceito à aplicabilidade/ Ana Paula Quilici [et al.] São Paulo: Atheneu, 2012 – pág.17.
  • Gaba DM. Do as we say, not as you do: using simulation to investigate clinical behavior in action. Simul Healthc. 2009;4(2):67-9.
  • A simulação realística como ferramenta educacional para estudantes de medicina. Carolina Felipe Soares Brandão, Carlos Fernando Collares, Heimar de Fatima Marin. Article in Scientia Medica · January 2014 – 2014;24(2):187-192
  • https://www.sanarmed.com/
  • https://ibkl.com.br/

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